No último dia 13 de abril, o 1° Festival de Remada da Baixada Santista rolou no Canal 6, em Santos (SP). Cerca de 150 atletas competiram nas categorias de Canoa Havaiana, Caiaque, Longboard, Stand-up Paddle, Padlleboard e Bodyboard. Eu competi na categoria Longboard e completei o percurso de 2,5 quilômetros em 29 minutos. Me surpreendi com o ritmo da galera, que bateu braço até a linha de chegada. Cheguei em segundo lugar, entre os longboarders de 20 a 29 anos. Ao subir no pódio, acredito que muitos viram um grande contraste. Eu, sem as 2 pernas, junto com mais 4 atletas dividindo o pódio.
Notei isso e fiquei feliz, pois de certa forma, quebrei mais um tabu. A cada dia percebo que o esporte abre caminhos e formas de expressões diferentes para todas as pessoas obterem entendimentos, aceitações e superações. Com certeza, as pessoas que estavam ali sentiram-se mais capazes, pois enxergaram que tudo é possível quando se tem vontade.
Não me vejo como exemplo para alguém, pois tenho lá os meus defeitos, como qualquer outra pessoa, mas consigo entender o que as pessoas pensam quando me enxergam feliz e com planos. Elas tentam entender qual o grande valor que identifico nas coisas do mundo, ou até mesmo o que é importante pra mim, já que a falta das duas pernas, não são motivo de mal algum.
Em relação ao festival eu posso afirmar que foram as duas pernas que eu perdi, mas eu remo com os braços.